domingo, 19 de abril de 2009

Dia 17-04-2009 Cunha-SP até Paraty-SP






Esse é o dia “D”, o ultimo dia de pedaladas pela Estrada Real, um misto de tristeza por estar no final da viagem e de alegria de estar concluindo um sonho, pedalar pela Estrada Real com certeza não foi só uma simples viagem, foi a VIAGEM!!!
Vamos lá, nesse dia acordo as 6:20 da manhã como de costume, as 7Hs começo a organização, pretendo iniciar o pedal antes das 9hs e ainda tinha que ir até a padoca tomar um café.
Depois de gastar $5,90 na padoca, inicio o pedal as 8:30, sigo o sentido contrario de quem fosse pra Paraty, vou para a “roça” atrás da Estrada Real e depois de alguns minutos avisto o 1º marco, vou seguindo ele, a estrada é de asfalto que vira terra e depois asfalto e depois terra e assim vai alternando, nessa estrada tem muitas subidas e muitas subidas e muitas outras subidas e bem íngremes, paro diversas vezes pra descansar e empurrar a bike em alguns momentos.
Nos últimos dias qualquer subidinha vira um pesadelo, a cabeça manda a informação mas o músculos não atendem de imediato, e sempre fico no impasse de pedalar mais um pouco, parar pra descansar, subir empurrando, tomar água, comer alguma coisa, e nisso vou me distraindo e pedalando morro a cima.
Logo volto a rodovia a qual seria a lógica desde do inicio, mas não para quem quer pedalar pela ER, chego no asfalto e tenho que entrar a esquerda, como não podia ser diferente, subida, sigo subindo durante algumas horas pela rodovia, sozinho, sem nenhum transito de carros, como a serra pra chegar em Paraty está intransitável, só passa se tiver duas rodas ou quatro patas, só algumas motos passam por mim, sigo subindo por muitos quilômetros, uma cachoeira na beira da rodovia, nem paro, olho e sigo em frente, e depois de muitos outros quilômetros, horas e suor chego no topo da serra, divisa de estado RJ-SP e a placa indicando trânsito interditado.
Aqui começa a diversão, no topo da serra se inicia a descida da serra que é de terra, daquele ponto até Paraty seriam 17km de descida, incrível, logo no inicio da descida um marco da ER dizendo que aquele era o 1º ponto de onde se avistava a cidade de Paraty, me embrenho no meio do mato sem esperanças de ver a cidade por conta da forte neblina e lá está Paraty, a vista é perfeita, se vê toda a cidade, isso me anima demais, corro pra bike e bora descer!!!
Descida bem sinuosa, com muitas pedras soltas e grandes erosões que formavam crateras gigantes na estradinha e vamo que pra baixo todo santo ajuda, foi o que um cara me falou no meio da descida hehehe, logo avisto os motivos da interdição, desmoronamentos de terra pra tudo quanto é lado, grandes porções do morro que vieram a baixo trazendo arvores, pedras e muito barro, algumas pedras são gigantescas, foram abertas trilhas no meio desses desmoronamentos para a passagem.
Faltando 14km pra Paraty uma vendinha no meio da estrada, uma forte bica de água, pergunto se é tranqüilo tomar água ali e dizem que sim, fico alguns minutos conversando com o dono da vendinha e com um outro rapaz que estava por ali, o dono contou que a estrada estava daquele jeito a 4 meses e que as trilhas e todas as passagens improvisadas foram abertas pela comunidade, eles se organizam e com muita cachaça segundo ele abrem passagens e viabilizam o acesso para pelo menos passar a pé de bike de moto ou a cavalo, disse que a promessa é que em 90 dias começam a mexer na estrada, o jeito foi por a mão na massa, no caso na lama.
No final da estrada de terra, ela vira um asfalto ótimo, com descidas muito fortes, largo os freios e vou embalando, logo chego em Paraty.
Quando chego a cidade a preocupação em arrumar uma pousada que não fosse os olhos da cara e que ainda tivesse vaga, sexta feira do feriadão, missão quase impossível, mas depois de muitas pousadas que cobravam não só os olhos da cara mas os outros também, acho a pousada Coqueiro, $40 apartamento com TV e café da manhã, perfeito!!!
Reservo o quarto e vou até a praia com a bike, tiro algumas fotos, aprecio a paisagem, alguns pensamentos no que passei pra chegar até ali e preciso descansar, de volta pra pousada.
Depois de me alojar é hora de ir lavar a alma com a água do mar...
Nesse dia foram 64km de pedaladas, aproximadamente 40km pra cima isso em 5hs de pedal, nesse dia os gastos foram de $70

Agora é só descanso e história pra contar... até mais!

Rafael Pedalando

Valeu

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